Eu, particularmente, sou encantada
pela área trabalhista. Esse é um dos motivos para eu ter feito Recursos Humanos
e agora estar me aventurando na administração. Lidar com o ser humano é uma
tarefa de alta complexidade e requer sabedoria e “jogo de cintura” para que não
haja um número grande de desentendimentos dentro de determinada Instituição. Recentemente
fui a um Congresso de Direito do Trabalho e fiquei encantada com as falas dos
palestrantes. Muitos assuntos foram abordados e me fizeram repensar sobre como
o Trabalhador Brasileiro está sendo tratado na atualidade. Na verdade, ainda
existem traços marcantes dos tempos passados. De certa forma nós evoluímos com
a globalização, mas ainda estamos “estagnados” em muitos pensamentos. Eu, como
trabalhadora (atualmente desempregada) já vi situações nas quais o outro é
tratado como um simples funcionário. Mas, não deveria ser assim Amanda? Não tem
que haver uma distancia entre funcionário e patrão? O funcionário não está ali
só para servir? Não meus caros. A nossa realidade deveria ser outra.
Os livros sobre Recursos
Humanos nos mostra vários aspectos que dizem que o ser humano agora deve fazer
parte da empresa. Mas como assim? Ele deve ser além de um mero funcionário. Deve
expor sua opinião, estar motivado através de incentivos da empresa, deve ser
treinado para mostrar eficiência e qualidade no serviço. Tudo bem! Mas isso
realmente acontece? Raramente. Na
verdade, a teoria é linda, assim como as leis trabalhistas e o nome “motivação”
que tanto ouvimos atualmente. Sabe o que esquecemos, ou melhor, o que as
empresas esquecem? Que existe um ser humano por trás daquele trabalhador que
ali está servindo. Muitas vezes você não dá sua opinião por medo de ser mandado
embora do serviço. Mas eles não querem que você exponha sua opinião? Sim e Não.
Na teoria, sim e na realidade, não. Claro que não posso generalizar e expandir
esses aspectos para todas as organizações, mas muitas delas trabalham desta
forma.
Vocês já perceberam a quantidade
de pessoas que estão adquirindo doenças psicossociais no trabalho? Pois eu já
percebi. Na verdade, essas doenças estão relacionadas com o excesso de cobrança
da empresa e da sociedade, além da sua própria cobrança. Na verdade, nós
queremos ser os melhores naquilo que estamos fazendo, não é mesmo? Mas para
isso estamos pagando um preço um pouco alto.
Muitas pessoas estão se
tornando mais ansiosas, menos pacientes, adquirem a síndrome do pânico e outras
doenças psicológicas e físicas ao longo da vida. Esse quadro não é muito bom, porque,
ao contrário do que muitos dizem, nossa expectativa de vida poderá diminuir. E
se essa expectativa não diminuir, nós não teremos paciência para educar nossos possíveis
filhos. Na verdade, se vocês olharem ao redor perceberão que isso já está
acontecendo. Muitos pais já deixam seus filhos a mercê da tecnologia para se auto
enriquecerem, seja com seu trabalho ou com seu tempo (ou melhor, falta de tempo).
No Congresso, uma das
palestrantes (não lembro o nome...rs) que era médica psiquiatra relatou que já
existem estudos nas Univerdades de Harvard e Oxford que dizem que a base para o
desenvolvimento da personalidade da criança se dá nos 3 primeiros anos de vida.
Agora vejam! Se você não tiver tempo, nem paciência e excesso de ansiedade, como criará e
ajudará na personalidade do seu filho?
A partir daí já entro em outra
discussão que é o tempo da licença maternidade e paternidade. No Congresso, esses
temas também foram abordados. Pensem bem, se em 3 anos uma criança precisa construir
a base da suas personalidade e desenvolver certos aspectos que refletirão no
seu futuro, como é que a licença maternidade é “dada” por apenas 4 ou 6 meses
(algumas empresas estão adquirindo a lei para 6 meses)? E é uma vergonha falar
da licença paternidade, não? Quer dizer que o pai não deve participar da
criação do seu filho? Que “desenvolvimento”.
Outro ponto a se analisar é que
as mulheres estão mais ativas no mercado de trabalho, mas ainda há um
preconceito contra elas. Um exemplo que já vi e posso dizer é sobre a gestação.
Muitas mulheres querem ter um filho, mas por conta do seu trabalho acabam
adiando. Mas por quê? Por medo de serem demitidas após o período de licença.
Mas Amanda,é verdade? É sim. Vocês já devem ter ouvido alguém comentar sobre
isso. Enfim, isso não é preconceito? Cadê o desenvolvimento que tanto ouvimos
falar?
Temos que pensar que mudanças estão acontecendo e que muitas leis e pensamentos
devem acompanhar essas mudanças. Volto a apontar o que disse no início desse
post: De certa forma nós evoluímos com a globalização, mas ainda estamos “estagnados”
em muitos pensamentos.
Reflitam sobre isso!
Abraço, Amanda.