segunda-feira, 17 de outubro de 2016

A REALIDADE DO TRABALHADOR BRASILEIRO



Eu, particularmente, sou encantada pela área trabalhista. Esse é um dos motivos para eu ter feito Recursos Humanos e agora estar me aventurando na administração. Lidar com o ser humano é uma tarefa de alta complexidade e requer sabedoria e “jogo de cintura” para que não haja um número grande de desentendimentos dentro de determinada Instituição. Recentemente fui a um Congresso de Direito do Trabalho e fiquei encantada com as falas dos palestrantes. Muitos assuntos foram abordados e me fizeram repensar sobre como o Trabalhador Brasileiro está sendo tratado na atualidade. Na verdade, ainda existem traços marcantes dos tempos passados. De certa forma nós evoluímos com a globalização, mas ainda estamos “estagnados” em muitos pensamentos. Eu, como trabalhadora (atualmente desempregada) já vi situações nas quais o outro é tratado como um simples funcionário. Mas, não deveria ser assim Amanda? Não tem que haver uma distancia entre funcionário e patrão? O funcionário não está ali só para servir? Não meus caros. A nossa realidade deveria ser outra.



Os livros sobre Recursos Humanos nos mostra vários aspectos que dizem que o ser humano agora deve fazer parte da empresa. Mas como assim? Ele deve ser além de um mero funcionário. Deve expor sua opinião, estar motivado através de incentivos da empresa, deve ser treinado para mostrar eficiência e qualidade no serviço. Tudo bem! Mas isso realmente acontece? Raramente.  Na verdade, a teoria é linda, assim como as leis trabalhistas e o nome “motivação” que tanto ouvimos atualmente. Sabe o que esquecemos, ou melhor, o que as empresas esquecem? Que existe um ser humano por trás daquele trabalhador que ali está servindo. Muitas vezes você não dá sua opinião por medo de ser mandado embora do serviço. Mas eles não querem que você exponha sua opinião? Sim e Não. Na teoria, sim e na realidade, não. Claro que não posso generalizar e expandir esses aspectos para todas as organizações, mas muitas delas trabalham desta forma.

Vocês já perceberam a quantidade de pessoas que estão adquirindo doenças psicossociais no trabalho? Pois eu já percebi. Na verdade, essas doenças estão relacionadas com o excesso de cobrança da empresa e da sociedade, além da sua própria cobrança. Na verdade, nós queremos ser os melhores naquilo que estamos fazendo, não é mesmo? Mas para isso estamos pagando um preço um pouco alto.




Muitas pessoas estão se tornando mais ansiosas, menos pacientes, adquirem a síndrome do pânico e outras doenças psicológicas e físicas ao longo da vida. Esse quadro não é muito bom, porque, ao contrário do que muitos dizem, nossa expectativa de vida poderá diminuir. E se essa expectativa não diminuir, nós não teremos paciência para educar nossos possíveis filhos. Na verdade, se vocês olharem ao redor perceberão que isso já está acontecendo. Muitos pais já deixam seus filhos a mercê da tecnologia para se auto enriquecerem, seja com seu trabalho ou com seu tempo (ou melhor, falta de tempo).

No Congresso, uma das palestrantes (não lembro o nome...rs) que era médica psiquiatra relatou que já existem estudos nas Univerdades de Harvard e Oxford que dizem que a base para o desenvolvimento da personalidade da criança se dá nos 3 primeiros anos de vida. Agora vejam! Se você não tiver tempo, nem paciência e excesso de ansiedade, como criará e ajudará na personalidade do seu filho?

A partir daí já entro em outra discussão que é o tempo da licença maternidade e paternidade. No Congresso, esses temas também foram abordados. Pensem bem, se em 3 anos uma criança precisa construir a base da suas personalidade e desenvolver certos aspectos que refletirão no seu futuro, como é que a licença maternidade é “dada” por apenas 4 ou 6 meses (algumas empresas estão adquirindo a lei para 6 meses)? E é uma vergonha falar da licença paternidade, não? Quer dizer que o pai não deve participar da criação do seu filho? Que “desenvolvimento”.

Outro ponto a se analisar é que as mulheres estão mais ativas no mercado de trabalho, mas ainda há um preconceito contra elas. Um exemplo que já vi e posso dizer é sobre a gestação. Muitas mulheres querem ter um filho, mas por conta do seu trabalho acabam adiando. Mas por quê? Por medo de serem demitidas após o período de licença. Mas Amanda,é verdade? É sim. Vocês já devem ter ouvido alguém comentar sobre isso. Enfim, isso não é preconceito? Cadê o desenvolvimento que tanto ouvimos falar? 

Temos que pensar que mudanças estão acontecendo e que muitas leis e pensamentos devem acompanhar essas mudanças. Volto a apontar o que disse no início desse post: De certa forma nós evoluímos com a globalização, mas ainda estamos “estagnados” em muitos pensamentos.

Reflitam sobre isso!

 Abraço, Amanda.


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